Há um ano, comecei a correr. Minha vida não estava boa. Estava estressada no trabalho, estava estressada no casamento, estava estressada com meu filho. Estava cansada. Pode parecer incrível, mas não comecei a correr para perder peso ou para ficar em forma: comecei a correr pra ter uma hora só pra mim, sem marido, sem filho, sem emails, sem telefone. Só eu, a música e as pegadas no chão.
Aquele era o meu momento. Mas, há um ano, era um mini-momento: no meu primeiro dia consegui correr exatos…UM minutos. Yeah! Quase morri. Parecia que meu coração estava subindo uma escadinha interna em direção à minha garganta. Tinha feito uma mega playlist animada, comecei a correr com Don’t Stop me Now do Queen e um minuto depois todas as células do meu corpo gritavam stop me NOW pelamordedeus!
Poderia ter desistido, mas quem me conhece sabe que persistência is my middle name. Como tinha me proposto a 1h de exercício, caminhei 59 minutos e fui pra casa. No dia seguinte, lá estava eu de novo. Consegui aumentar 30 segundos, ouvi metade da música, geit.
Pensei comigo: o seu único dever é comparecer. Vem. Não desiste, sua mané. Alguns dias depois, corri minha primeira música inteira, foram quase 3 minutos de muita emoção. E continuei aparecendo na pista dia sim, dia não. Quando consegui correr 10 minutos, fiquei, como todo corredor, viciada no barato das endorfinas. Aí já era. Um km, 2, 3, e um mês e meio depois, minha primeira prova de 5k.
Falei em “outro começo” porque a corrida foi um dos meus primeiros passos em direção a uma vida melhor, com mais saúde e menos estresse.
Se eu – uma total couch potato até então – consegui, qualquer um consegue. Basta ter paciência, show up todos os treinos independente do resultado, não se cobrar demais e ajustar as expectativas – não adianta achar que vai virar um queniano em uma semana (mas olha, quando você consegue correr os primeiros 10 minutos a sensação é muito parecida…).
E fazer playlists espertas e animadas sempre ajuda.