Só porque muita gente faz, não quer dizer que seja uma boa ideia

Se tem uma coisa, ou um jeito de fazer uma coisa, que muita gente faz, isso não significa que é uma boa ideia. Significa que é popular, o que é muito diferente.

Popular não prova que seja genial, que tenha qualidade, ou mesmo que seja uma boa ideia. Só significa que muita gente pensa que sim.

E, normalmente, quando muita gente acredita numa mesma coisa, é porque

(i) existe alguma crença cultural forte enraizada (não necessariamente lógica); ou

(ii) existe algum esforço de marketing muito bem bolado por trás, que visa justamente fazer você se juntar à massa (independente de isso ter qualquer lógica ou ser bom pra você).

Ou seja, o que é “popular” pode ser só uma representação bem distorcida de uma “boa ideia”.

O típico emprego é mesmo uma boa ideia pra você?

A típica empresa é mesmo uma boa ideia pra você?

O típico casamento é mesmo uma boa ideia pra você, tão boa que valha a pena você muitas vezes entubar uma relação sem amor, ou cheia de abuso?

A típica família é uma boa ideia pra você, ter filhos é uma boa ideia pra você?

A típica forma de vender o seu trabalho é uma boa ideia, mesmo que faça você se sentir um idiota, manipulador, um incômodo?

O papel principal do sistema educacional deveria ser de educar (duh!) e incentivar a inteligência e criatividade. Mas, olhe em volta: as aulas de artes sendo cortadas cada vez mais cedo (quando tem!). Aula de música? Uma raridade. Não se ensina meditação nas escolas.

Por que será?

Será que existe mesmo o interesse em indivíduos criativos que conseguem pensar por si mesmos ou existe o interesse em criar sujeitos inseguros na sua própria capacidade de criar e de resolver problemas, e que por isso mesmo estão mais propensos a aceitar “boas ideias”?

Se todo mundo faz a mesma coisa e do mesmo jeito, tá na hora de você se perguntar se é mesmo uma boa ideia PRA VOCÊ.