Quando eu era criança, minha família viajava muito para uma espécie de colônia de férias aqui no Rio mesmo, em uma cidade pequena chamada Paulo de Frontin.
Enquanto o carro circulava ainda dentro da cidade, eu gostava de dar tchauzinho pras pessoas nos outros carros e a minha maior alegria era quando elas acenavam de volta.
De repente, a paisagem começava a mudar e a gente podia ver as coisas que não faziam parte do nosso dia a dia, como pastos e vaquinhas. A primeira que aparecia era altamente festejada, e, as demais, a gente contava, separando por cor: tantas pretas, tantas brancas, tantas malhadinhas.
Num determinado momento da viagem, logo depois de uma grande curva, dava pra ver ao longe o hotel, imenso, majestoso, no alto de uma montanha.
Eu esperava com excitação essa curva. Às vezes, a confundia com outras e, quando o carro virava e nada aparecia, a excitação só aumentava.
Quando finalmente via o hotel ao longe, sabia que a viagem estava chegando ao fim, então aproveitava aquele restinho de paisagem verde, montanhas, vaquinhas e curvas sinuosas.
“A felicidade não é uma estação aonde chegamos, e sim uma maneira de viajar”, já disse o poeta Runbeck.
Enquanto você ainda não é ou faz aquilo que você gostaria, você está admirando a paisagem? Se não está, comece hoje mesmo.
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