Escolha sua vida | Paula Abreu

O grande segredo da renovação (spoiler: não é o desapego)

Uma coisa tão importante para a renovação quanto o desapego é a aceitação. Pra você realmente se renovar e criar um ambiente novo e mais harmonioso ao seu redor, é essencial que você comece a aceitar que o momento presente é sempre perfeito. O universo funciona de forma perfeita e harmoniosa, tudo está detalhadamente interligado […]

Como lidar com feedback negativo

Você já parou pra pensar como o feedback negativo tem a ver com paixão e movimento? Sabe #comolidar quando alguém critica seu projeto? Ontem eu tive a honra de palestrar no evento Profissão Coach, do meu amigo querido e parceiro Geronimo Theml, o maior evento de coaching já realizado no Brasil. Falei para uma plateia […]

Você é rico e não sabe (juro!)

O mestre espiritual Eckhart Tolle diz que quanto mais você se dá conta de que você tem espaço interno, mais feliz é a sua vida. O legal sobre esse tal “espaço interno” é que ele é ultra democrático. Não existe bolha imobiliária do espaço interno. Rico não tem mais espaço interno do que pobre. Ninguém […]

Quanto tempo demora pra você transformar a sua vida?

No outro dia, aqui na Tailândia, relembrei um conto zen que já tinha ouvido há muito tempo. Um monge está andando pelo interior, quando pergunta a uma senhora sentada no acostamento da estrada quanto tempo demora para ele chegar até a montanha. Ela o ignora. Ele pergunta de novo e ela o ignora de novo. […]

Como resgatar a sua identidade

Krishna Das fala que nascer no Ocidente é uma bênção esquisita. Por um lado, é maravilhoso viver onde as nossas necessidades básicas são facilmente conseguidas. Mas, por outro lado, pagamos um preço interno muito alto por esse conforto material. Estou na Ásia há três semanas e a cada dia que passa vejo o quanto isso […]

Se não for agora, quando?

Há um tempo, contei aos leitores da minha newsletter sobre um homem que vi estirado morto no chão da São Clemente quando saía de casa. Naquela época, uma leitora me escreveu contando das experiências dela com mortos, da morte de um tio e da avó, e do despreparo emocional e espiritual que ela sentia em […]

Deixe o passado ir embora

A Páscoa passou, mas ainda é tempo de renascer, renovar. Deixar florescerem novas ideias, novos sonhos, novos planos e um novo eu. Para que esse novo eu cheio de coisas boas possa nascer, precisamos também deixar morrer o que já desbotou, já deu o que tinha que dar. Das coisas que precisamos deixar ir, a […]

Como criar espaço para o melhor na sua vida

Todos nós temos em casa coisas fuleiras, inadequadas, velhas ou que não curtimos muito. Essas coisas entraram na nossa vida de algum jeitinho maroto: compramos quando não tínhamos dinheiro suficiente pra investir num item de qualidade; ganhamos de presente; herdamos de alguém da família. Ou quem sabe até mesmo elas já foram boas e lindas, […]

Quando a tralha pode virar tragédia

De viagem marcada para NY, tive um pesadelo: chegava no aeroporto e não encontrava meu passaporte. Acordei, me certifiquei de que o passaporte estava no mesmo lugar de sempre, e achei que o sonho não tinha sido presságio de nada. Até que ontem, véspera da minha viagem, resolvi pegar o passaporte e colocar na bolsa. […]

As crianças precisam de mais tédio

Desde que comecei a falar e escrever sobre minimalismo e desapego, várias pessoas me perguntaram como implementar essa filosofia de vida se você tem filhos. Acho que a questão da simplicidade, quando vista sob o foco dos filhos e da infância, é muito maior do que somente jogar brinquedos fora. As pessoas hoje querem que seus […]

Desde que comecei a falar e escrever sobre minimalismo e desapego, várias pessoas me perguntaram como implementar essa filosofia de vida se você tem filhos. Acho que a questão da simplicidade, quando vista sob o foco dos filhos e da infância, é muito maior do que somente jogar brinquedos fora.

As pessoas hoje querem que seus filhos tenham sucesso e, como ninguém sabe muito bem o que é sucesso – porque ninguém para e se questiona -, colocam os filhos pra fazer mil e uma atividades: inglês, espanhol, natação, balé, jazz, capoeira, judô. Nas (poucas) horas vagas, marcam playdates com os amigos.

As crianças têm mais atividades do que conseguem dar conta, mais brinquedos do que conseguem administrar, mais livros do que conseguem ler, mais desenhos pra assistir na TV do que conseguem acompanhar.

Quando lembro da minha infância, sempre me divirto com lembranças das minhas muitas brincadeiras inventadas, da minha incontrolável criatividade. Eu fazia desenhos e saía vendendo pros vizinhos (e voltava pra casa cheia de dinheiro, para espanto da minha mãe), criava peças de teatro que encenava com os amigos do prédio e vendia ingressos para as crianças do bairro, escrevia livros, desenhava as capas, construía cabanas.

Tudo isso nascia do tédio. Do nada-pra-fazer. De sentar na escada da casa dos meus avós com um copo cheio de água com detergente e um canudo e, depois de uma hora, me cansar de fazer bolha de sabão.

Criar minhas próprias histórias, minhas brincadeiras, meus livros, minhas peças, tudo isso era bom pra minha auto-estima, eu me sentia super poderosa, capaz de criar coisas do nada, de me entreter e entreter meus amigos.

A gente tem hoje a sensação de que as crianças já nascem mais espertas, sabendo mais, que crescem e se desenvolvem muito rápido, que viram adolescentes com 10 anos de idade, mas somos nós que estamos causando isso. Nós estamos matando a infância.

Estamos gerando adolescentes e jovens que não conseguem parar cinco minutos para pensar na resposta de uma questão ou problema: correm para o Google – vi isso em muitos estagiários meus.

Pior: sem poder explorar mundos desconhecidos, criar suas próprias brincadeiras e brinquedos, inventar suas próprias atividades, as crianças perdem também a oportunidade de descobrir quais são as suas verdadeiras paixões. E é daí que surgem os adolescentes que não sabem o que querem fazer da vida: de uma infância em que nunca se teve a chance e a permissão de se experimentar.

As crianças não precisam de mais atividades, nem mais brinquedos, nem mais livros, nem mais canais de tevê. As crianças precisam de tempo – não me canso de falar desse bem tão precioso e não-renovável. Tempo pra ficar sozinhas, tempo pra refletir sobre suas dúvidas, suas emoções, suas dificuldades, tempo pra encontrar suas próprias soluções. As crianças precisam de mais tédio. Depois de dez, vinte minutos de tédio, acredite, elas vão ser criativas, inovadoras, vão encontrar algo pra fazer.

E isso vai fazer delas “bem sucedidas” não só no sentido mais prático – e talvez besta – de passar no vestibular ou arrumar um emprego, mas num sentido mais profundo, de ter valores melhores, ser pessoas melhores, ser melhores pais e mães, ser mais felizes.

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