Escolha sua vida | Paula Abreu

Multipotencialidade ou a Alma Renascentista – Parte I

Se… – Você já pulou de interesse em interesse ao longo da vida, se sente curioso sobre novas coisas, quer sempre aprender algo novo – se tornou expert em uma ou mais coisas mas se entediou depois de algum tempo – outras pessoas te vêem como alguém que nunca termina nada – muita gente não […]

Se…

– Você já pulou de interesse em interesse ao longo da vida, se sente curioso sobre novas coisas, quer sempre aprender algo novo

– se tornou expert em uma ou mais coisas mas se entediou depois de algum tempo

– outras pessoas te vêem como alguém que nunca termina nada

– muita gente não vê a conexão entre os seus interesses (às vezes nem mesmo você vê essa conexão, só meses ou anos depois)

Parabéns, você é um multipotencial!

Na definição da wikipedia, a Multipotencialidade é um termo educacional e psicológico que se refere a um padrão encontrado entre indivíduos com um dom intelectual. Os multipotenciais geralmente têm interesses diversos em várias áreas do saber e podem ser bem sucedidos em vários negócios ou profissões.

Uma das primeiras pessoas a escrever sobre a multipotencialidade foi a autora Barbara Sher em seu livro Refuse to Choose (em uma tradução livre, “Se Recuse a Escolher”, ainda não publicado no Brasil).

A autora criou um nome para as pessoas que vivem com a multipotencialidade: scanners, e depois dela outros autores criaram termos como multipods – que eu traduzi para multipotenciais – ou renaissance souls: almas renascentistas.

Na primeira vez em que li sobre a multipotencialidade, meu coração se aqueceu: finalmente eu tinha encontrado a minha turma! Do piano à física quântica, passando pelo crochê e pela corrida, eu tinha passado a vida inteira me interessando por diferentes assuntos e ouvindo as críticas alheias (“você nunca termina nada”, “você precisa se especializar em uma coisa só”, etc.)

Uma das coisas mais difíceis para o multipotencial é a famigerada pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”, porque o multipotencial não quer ser uma, mas sim milhares de coisas. E, depois, mudar totalmente de ideia e ir descobrir ou estudar algo novo. Sempre.

Lado bom 

Todo multipotencial adora aprender, explorar e dominar novas habilidades. São curiosos, interessados e conseguem enxergar potencial onde muita gente só vê informação inútil. Também temos um talento para juntar esses nossos vários interesses de forma criativa e fazer nascer novos trabalhos, novas empreitadas, novos empreendimentos.

(eu adoro quando um jornalista fica com cara de intrigado tentando entender se eu sou escritora, coach, estrategista digital, marketeira, lifestyle designer ou o quê…isso que ele nem imagina que eu também sou mil outras coisas, desde costureira a decoradora – formada! – passando por ilustradora e taróloga, o que deve significar no mínimo que de fome eu nunca vou morrer…).

Quando descobri que os multipotenciais eram grandes inovadores e resolvedores de problema, tive certeza de que estava finalmente na minha tribo.

A forma como os multipotenciais lidam com os interesses novos que surgem também é um ponto comum: eles ficam curiosos sobre o novo assunto e saem à caça de todo tipo de informação disponível (por exemplo, aposto que todo multipotencial lendo esse texto agora vai pesquisar o assunto a fundo…). Esse modus operandi gera uma outra vantagem dos multipotenciais: eles aprendem novas habilidades rápido.

Lado mau

Um dos aspectos da multipotencialidade que mais preocupa os multipotenciais é que, apesar de todos esses interesses, há uma tendência a ficarem entediados uma vez que já tenham conseguido dominar certo assunto.

Além disso, para um multipotencial, “terminar” é algo bastante diferente do que para o resto da sociedade. Nós temos vontade de aprender algo novo apenas até determinado ponto – dependendo do que pretendemos fazer com aquele conhecimento – e raramente temos vontade de nos tornarmos experts – pelo contrário, estamos mais interessados em pular para o próximo objeto de aprendizado.

Ou seja, somos incompreendidos, porque aos olhos da sociedade nós somos o tipo de pessoa que “não termina nada” mas, para nós, chegamos ao fim do que nos propusemos a aprender.

Você não está só

Alguns multipotenciais famosos e importantes:

 

Mas mesmo com todos esses representantes ilustres dos multipotenciais, por que a sociedade não aceita bem a multipotencialidade?

Com a Revolução Industrial, uma nova forma de trabalho foi criada. Com ela, surgiu a necessidade de que as pessoas se especializassem cada vez mais em uma função cada vez mais específica – lembrem da clássica cena do Chaplin apertando parafusos incessantemente no filme Tempos Modernos.

Tempos atuais e as vantagens de ser um multipotencial

Para nossa felicidade, não estamos mais nos “tempos modernos” do Chaplin e da Revolução Industrial. Pelo contrário, agora estamos nos tempos da Internet, da informação farta, disponível com facilidade e ao alcance de qualquer pessoa.

Se você quer, por exemplo, ter um blog “de sucesso”, não vai adiantar você ser só um grande escritor. Você precisa entender um pouco de design, de programação, precisa saber mexer em ferramentas como o wordpress, saber o que é o google analytics, entender o que é SEO e ter uma boa noção de marketing digital, dentre muitas outras coisas.

O grande desafio do multipotencial e caminhos alternativos

Para poder trabalhar nas suas paixões, o multipotencial precisa construir uma vida que integre esses diferentes talentos e interesses.

O lifestyle design – desenhar a sua vida em torno do seu trabalho e não o contrário – e o empreendedorismo são áreas em que o multipotencial costuma se dar bem, conseguindo se libertar de um sistema que não reconhece os seus dons e dá preferência ao expert.

Acredite quando eu digo, a expertise é supervalorizada: você provavelmente sabe o suficiente sobre seus interesses para começar imediatamente a ganhar dinheiro com eles.

Então, mãos à obra!

 

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