Escolha sua vida | Paula Abreu

Como combater a única causa do estresse

Como assim o estresse tem uma causa só?, você está se perguntando. Não é possível, você diz, tem um montão de coisas na minha vida que me estressam! Mas, por incrível que pareça, é verdade: o estresse tem uma única causa. Ela é matreira e se disfarça de várias formas, mas é uma só. Então […]

Como assim o estresse tem uma causa só?, você está se perguntando. Não é possível, você diz, tem um montão de coisas na minha vida que me estressam!

Mas, por incrível que pareça, é verdade: o estresse tem uma única causa. Ela é matreira e se disfarça de várias formas, mas é uma só. Então muita atenção agora porque você está prestes a descobrir essa causa.

Nas pesquisas sobre estresse no mundo todo, uma das grandes “causas” apontadas é a morte de um ente querido. Essa e outras “causas” do estresse, como uma demissão, por exemplo, são, na verdade, diferentes manifestações concretas daquilo que a mente humana mais odeia (rufem os tambores): a falta de escolha e autonomia.A falta de escolha e autonomia tira da mente o controle da situação, e a mente existe justamente pra isso: controlar e organizar tudo. E a falta de autonomia gera medo e frustração e…estresse!

Se o seu pai morreu, o amor da sua vida foi embora pra nunca mais voltar, o seu chefe te demitiu, ou simplesmente a sua lista de pendências tem mais coisas do que o seu tempo permite fazer, você de repente se vê com menos opções do que a mente gostaria. Em alguns casos — como a morte — sem opção nenhuma a não ser aceitar a situação.

Falta de escolha e autonomia. Isso, só isso, e apenas isso é a causa de todo o estresse que existe na sua vida hoje.

Uma só causa, muitas conseqüências…

A causa do estresse é uma só, mas, como você já sabe, as consequencias são muitas. O estresse diminui a nossa energia, altera o nosso sistema imunológico, atrapalha o nosso sono, causa irritabilidade. E isso tudo traz outras conseqüências mais concretas como desânimo, isolamento, brigas e até mesmo depressão.

Lembro de como eu era antes de mudar radicalmente de vida. Tinha enxaquecas crônicas, geralmente acompanhadas de perda de visão e enjôos. Acordava a noite toda e muitas vezes não conseguia voltar a dormir, pensando nos problemas que ia ter que resolver no dia seguinte. Vivia de mau humor e não tinha paciência pra nada.

Você está estressado. Olhe para os lados: está todo mundo estressado. O estresse passou a ser visto como parte inerente da vida moderna. Tem gente que acha até bonito dizer que está estressado.

Por algum motivo, o estresse passou a ser visto como algo aceitável. Mas ele não é aceitável!

E eu vou te ensinar agora como combater o estresse. Vem comigo.

Táticas de guerrilha pra combater o estresse

Como já dizia Sun Tzu na Arte da Guerra, pra ganhar uma batalha sem se colocar em risco você precisa se conhecer e conhecer o seu inimigo. O inimigo — a causa do estresse — você acabou de descobrir.

Mas e você? Quem você é diante da causa do estresse?

Eu gosto muito de uma classificação do professor David Almeida, da Universidade Penn State, que conduz pesquisas sobre estresse. Ele diz que existem pessoas de dois tipos:

As pessoas Velcro, quando sujeitas a um fator estressante, permitem que esse fator estressante “grude” nelas: elas ficam realmente chateadas e, no final do dia, ainda estão ranzinzas ou enraivecidas.

Já nas pessoas Teflon, o fator estressante escorrega e não “gruda” de jeito nenhum.

Um estudo da Penn State, que acompanhou pessoas e seus fatores de estresse por 10 anos, demonstrou que a saúde das pessoas do tipo Velcro sofria mais consequências do que a das pessoas Teflon, e isso até 10 anos depois do fator de estresse em si.

Então, a primeira tática de guerrilha contra o estresse é olhar pra si mesmo e descobrir se você tem sido uma pessoa Velcro ou uma pessoa Teflon diante dos seus problemas.

Mas e a grande causa do estresse, a falta de escolha? Como lidar?

Falta de escolha se resolve com…ESCOLHA.

Você pode não ter controle sobre as coisas que acontecem na sua vida, mas você tem, sim, SEMPRE, escolha sobre como você encara a essas coisas. Ainda que você não possa controlar uma situação, você pode controlar a sua reação. E escolher como lidar com uma determinada situação é algo extremamente emponderador.

Ainda que você esteja numa posição de nenhuma autonomia — por exemplo, preso a um trabalho que você não ama e onde você não tem muito poder de decisão — você continua tendo a autonomia dos seus pensamentos. Essa autonomia ninguém pode tirar de você.

Gandhi ficou preso por mais de 6 anos mas adivinha se alguém tirou a autonomia dos pensamentos dele?

Você pode escolher seus pensamentos e atitudes diante de qualquer coisa, isso é autonomia interna. É poderosíssimo e libertador.

Pense nas situações de estresse na sua vida hoje. Perceba como essas situações estão aparentemente diminuindo — ou eliminando totalmente — o seu poder de escolha. Reflita sobre qual está sendo a sua reação (você está sendo Velcro ou Teflon?), os seus pensamentos.

E, agora, reformule, reenquadre, redirecione, reoriente, remodele, redefina, reestruture seus pensamentos. Tome seu poder de volta. Escolha.

 

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