* Este é um artigo do nosso colunista convidado Eduardo Amuri.

Nossa leitora Laura Pimenta pergunta:

Sou advogada e mestra, advoguei por 13 anos e dei aulas em faculdades por 2 anos. Hoje parei de trabalhar para estudar pra concurso e vim morar na casa da minha mãe ano passado (em Salvador) para diminuir os custos. Hoje estou descapitalizada, sem trabalho e praticamente achando que o concurso que quero não vai me satisfazer profissionalmente. Quero voltar a morar no Rio e em dúvida sobre o que fazer para obter dinheiro. Me ajuda?

Bom dia, Laura!

Tem uma série de variáveis por aí, uma série de caminhos que você poderia seguir, e isso é ótimo. A quantidade de possibilidades, porém, gera uma certa paralisia. Na dúvida do melhor caminho a seguir, as vezes não nos sentimos seguros para seguir nenhum.

Considerando que temos muitas possibilidades, vou quebrar em alguns cenários para organizarmos o raciocínio, pode ser?

1o cenário – Se você estiver disposta a morar com sua mãe por mais algum tempo

É o cenário mais confortável. Se você estiver disposta a conviver com sua mãe por mais algum tempo, você pode se dedicar à busca de atividades que te tragam realização, sem a preocupação imediata em rentabilizá-las.

Para isso, sugiro que você tente expandir sua rede ao máximo, frequentar eventos relacionados à áreas que te agradam, conhecer empresas que desempenham atividades que te chamam a atenção. Pense nas atividades que você faria sem ganhar dinheiro algum.

Mantenha o filtro baixo no começo. Experimente, experimente, experimente. A ocupação dos sonhos é muito romântica, mas ela não cai no colo magicamente. Vem de experimentação.

Recorra a bons amigos, aqueles que seriam capazes de te criticar sem grandes pudores. Pergunte a eles sobre suas habilidades, sobre o que pensam. Muitas vezes a maneira como somos vistos serve de ponto de partida. Vale lembrar que nada é tão sólido e fixo quanto parece. Um feedback inesperado é só um feedback inesperado.

2o cenário – Se você preferir mudar para o Rio imediatamente

Nesse caso, vale considerar obter alguma ocupação temporária, que te dê uma certa tranquilidade até que você se movimente em busca de algo mais interessante. Acho bem válido tentar não desenvolver repulsa por esse degrau temporário. É ele que vai lavar a louça enquanto você engatinha em outras áreas.

Observando as pessoas que acompanho (e sem conhecer mais detalhes sobre você), é o cenário que eu sugeriria. O sentimento de urgência junto com a alteração de cenário e de cidade são bem propícios para mudanças mais profundas. Entendo quando as pessoas dizem que a mudança é de dentro para fora, mas, acredite, somos totalmente influenciados pelo ambiente que nos cerca.

Todos os esforços que citei no primeiro cenário também se aplicam aqui, porém precisam ser combinados com as atividades que realmente te remuneram. É bem difícil ter cabeça para investir em uma guinada profissional se as contas estão atrasadas.

Independente do cenário escolhido, sugiro muito fortemente que você fique algum tempo (delimitado) dedicada a separar uma certa quantidade de dinheiro, uma base que te sustente por 6 meses, pelo menos.

A Paula pode falar sobre isso com mais propriedade do que eu, mas acho que entra aqui uma certa preocupação em realmente ater-se ao presente e as atividades que precisarão ser realizadas independente do rumo que você for assumir daqui uns anos. Por exemplo, ter uma certa base financeira vai ser necessário se você for estudar para concurso, se for trabalhar com artesanato, se você virar blogueira ou se for montar uma loja de cristais.

Antes de tentar achar a ocupação dos sonhos, por que não focar nesses pequenos passos?

Capaz que o percurso te supreenda 🙂

—-
Eduardo Amuri é fascinado por cultura, viagens, pessoas e mudanças. Estuda a relação do homem com o dinheiro e dedica-se a entender de que maneira nosso potencial financeiro pode ser utilizado para transformar nossas vidas. Está para o que vier.

* Este é um artigo do nosso colunista convidado Eduardo Amuri.

Nossa leitora Laura Pimenta pergunta:

Sou advogada e mestra, advoguei por 13 anos e dei aulas em faculdades por 2 anos. Hoje parei de trabalhar para estudar pra concurso e vim morar na casa da minha mãe ano passado (em Salvador) para diminuir os custos. Hoje estou descapitalizada, sem trabalho e praticamente achando que o concurso que quero não vai me satisfazer profissionalmente. Quero voltar a morar no Rio e em dúvida sobre o que fazer para obter dinheiro. Me ajuda?

Bom dia, Laura!

Tem uma série de variáveis por aí, uma série de caminhos que você poderia seguir, e isso é ótimo. A quantidade de possibilidades, porém, gera uma certa paralisia. Na dúvida do melhor caminho a seguir, as vezes não nos sentimos seguros para seguir nenhum.

Considerando que temos muitas possibilidades, vou quebrar em alguns cenários para organizarmos o raciocínio, pode ser?

1o cenário – Se você estiver disposta a morar com sua mãe por mais algum tempo

É o cenário mais confortável. Se você estiver disposta a conviver com sua mãe por mais algum tempo, você pode se dedicar à busca de atividades que te tragam realização, sem a preocupação imediata em rentabilizá-las.

Para isso, sugiro que você tente expandir sua rede ao máximo, frequentar eventos relacionados à áreas que te agradam, conhecer empresas que desempenham atividades que te chamam a atenção. Pense nas atividades que você faria sem ganhar dinheiro algum.

Mantenha o filtro baixo no começo. Experimente, experimente, experimente. A ocupação dos sonhos é muito romântica, mas ela não cai no colo magicamente. Vem de experimentação.

Recorra a bons amigos, aqueles que seriam capazes de te criticar sem grandes pudores. Pergunte a eles sobre suas habilidades, sobre o que pensam. Muitas vezes a maneira como somos vistos serve de ponto de partida. Vale lembrar que nada é tão sólido e fixo quanto parece. Um feedback inesperado é só um feedback inesperado.

2o cenário – Se você preferir mudar para o Rio imediatamente

Nesse caso, vale considerar obter alguma ocupação temporária, que te dê uma certa tranquilidade até que você se movimente em busca de algo mais interessante. Acho bem válido tentar não desenvolver repulsa por esse degrau temporário. É ele que vai lavar a louça enquanto você engatinha em outras áreas.

Observando as pessoas que acompanho (e sem conhecer mais detalhes sobre você), é o cenário que eu sugeriria. O sentimento de urgência junto com a alteração de cenário e de cidade são bem propícios para mudanças mais profundas. Entendo quando as pessoas dizem que a mudança é de dentro para fora, mas, acredite, somos totalmente influenciados pelo ambiente que nos cerca.

Todos os esforços que citei no primeiro cenário também se aplicam aqui, porém precisam ser combinados com as atividades que realmente te remuneram. É bem difícil ter cabeça para investir em uma guinada profissional se as contas estão atrasadas.

Independente do cenário escolhido, sugiro muito fortemente que você fique algum tempo (delimitado) dedicada a separar uma certa quantidade de dinheiro, uma base que te sustente por 6 meses, pelo menos.

A Paula pode falar sobre isso com mais propriedade do que eu, mas acho que entra aqui uma certa preocupação em realmente ater-se ao presente e as atividades que precisarão ser realizadas independente do rumo que você for assumir daqui uns anos. Por exemplo, ter uma certa base financeira vai ser necessário se você for estudar para concurso, se for trabalhar com artesanato, se você virar blogueira ou se for montar uma loja de cristais.

Antes de tentar achar a ocupação dos sonhos, por que não focar nesses pequenos passos?

Capaz que o percurso te supreenda 🙂

—-
Eduardo Amuri é fascinado por cultura, viagens, pessoas e mudanças. Estuda a relação do homem com o dinheiro e dedica-se a entender de que maneira nosso potencial financeiro pode ser utilizado para transformar nossas vidas. Está para o que vier.