Escolha sua vida | Paula Abreu

Viajando livre

Liberdade é viajar com uma mala pequena e voltar com a mesma malinha, poder andar de trem e metrô com ela e nao gastar dinheiro com táxi ou shuttle, não precisar sentar na mala pra conseguir fechar na hora de ir embora, nao ficar apavorada se vai estourar a cota, não perder tempo no carrossel […]

Pequena grande lição sobre gerenciamento de tempo

Certa vez em NY, logo depois de completar meu mestrado, fui assistir a uma palestra de uma advogada americana, que falava sobre as mulheres e a vida profissional. Vale explicar, pra quem não sabe, que um advogado em NY trabalha uma média de 12 a 16 horas por dia. A mulher era casada, tinha filhos, […]

Quando a tralha pode virar tragédia

De viagem marcada para NY, tive um pesadelo: chegava no aeroporto e não encontrava meu passaporte. Acordei, me certifiquei de que o passaporte estava no mesmo lugar de sempre, e achei que o sonho não tinha sido presságio de nada. Até que ontem, véspera da minha viagem, resolvi pegar o passaporte e colocar na bolsa. […]

O que o minimalismo pode fazer por você?

Mudar um hábito pode ser muito difícil. Mudar um estilo de vida, mais ainda. Tem gente que, quando faz dieta, pendura na porta da geladeira uma foto de uma atriz. E é mesmo mais fácil a gente ter disciplina e força de vontade quando a gente tem uma visão melhor de quais são as possíveis […]

Primeiros passos para o minimalismo

No outro dia eu citei o Leo Babauta, um dos blogueiros minimalitas mais conhecidos lá fora, que diz que pra virar minimalista é super simples, basta tomar a decisão. E é verdade. Mas, depois da decisão tomada, como resistir ao impulso de novas compras? Quando a gente está há muito tempo na espiral do consumo, […]

Eu corro porque…

…a corrida é o meu momento de estar comigo mesma, com meu corpo e minha mente, de sentir que está tudo num só ritmo: minha respiração, minhas pegadas, meu coração, meus pensamentos. De me sentir criança de novo, brincando de pega, de pique, de polícia-e-ladrão. De ouvir minhas músicas preferidas sem ninguém interromper. De testar […]

Não é você, sou eu

“Como você vai pagar as suas contas?” “Como o pobrezinho do Davi vai viver sem Discovery Kids?” “O que? Você vai se mudar pra um apartamento menor?” “Acho que você está louca”. Desde que comecei a escrever esse blog e falar das mudanças na minha vida, recebi muitas mensagens de incentivo tanto de amigos quanto […]

As crianças precisam de mais tédio

Desde que comecei a falar e escrever sobre minimalismo e desapego, várias pessoas me perguntaram como implementar essa filosofia de vida se você tem filhos. Acho que a questão da simplicidade, quando vista sob o foco dos filhos e da infância, é muito maior do que somente jogar brinquedos fora. As pessoas hoje querem que seus […]

Desde que comecei a falar e escrever sobre minimalismo e desapego, várias pessoas me perguntaram como implementar essa filosofia de vida se você tem filhos. Acho que a questão da simplicidade, quando vista sob o foco dos filhos e da infância, é muito maior do que somente jogar brinquedos fora.

As pessoas hoje querem que seus filhos tenham sucesso e, como ninguém sabe muito bem o que é sucesso – porque ninguém para e se questiona -, colocam os filhos pra fazer mil e uma atividades: inglês, espanhol, natação, balé, jazz, capoeira, judô. Nas (poucas) horas vagas, marcam playdates com os amigos.

As crianças têm mais atividades do que conseguem dar conta, mais brinquedos do que conseguem administrar, mais livros do que conseguem ler, mais desenhos pra assistir na TV do que conseguem acompanhar.

Quando lembro da minha infância, sempre me divirto com lembranças das minhas muitas brincadeiras inventadas, da minha incontrolável criatividade. Eu fazia desenhos e saía vendendo pros vizinhos (e voltava pra casa cheia de dinheiro, para espanto da minha mãe), criava peças de teatro que encenava com os amigos do prédio e vendia ingressos para as crianças do bairro, escrevia livros, desenhava as capas, construía cabanas.

Tudo isso nascia do tédio. Do nada-pra-fazer. De sentar na escada da casa dos meus avós com um copo cheio de água com detergente e um canudo e, depois de uma hora, me cansar de fazer bolha de sabão.

Criar minhas próprias histórias, minhas brincadeiras, meus livros, minhas peças, tudo isso era bom pra minha auto-estima, eu me sentia super poderosa, capaz de criar coisas do nada, de me entreter e entreter meus amigos.

A gente tem hoje a sensação de que as crianças já nascem mais espertas, sabendo mais, que crescem e se desenvolvem muito rápido, que viram adolescentes com 10 anos de idade, mas somos nós que estamos causando isso. Nós estamos matando a infância.

Estamos gerando adolescentes e jovens que não conseguem parar cinco minutos para pensar na resposta de uma questão ou problema: correm para o Google – vi isso em muitos estagiários meus.

Pior: sem poder explorar mundos desconhecidos, criar suas próprias brincadeiras e brinquedos, inventar suas próprias atividades, as crianças perdem também a oportunidade de descobrir quais são as suas verdadeiras paixões. E é daí que surgem os adolescentes que não sabem o que querem fazer da vida: de uma infância em que nunca se teve a chance e a permissão de se experimentar.

As crianças não precisam de mais atividades, nem mais brinquedos, nem mais livros, nem mais canais de tevê. As crianças precisam de tempo – não me canso de falar desse bem tão precioso e não-renovável. Tempo pra ficar sozinhas, tempo pra refletir sobre suas dúvidas, suas emoções, suas dificuldades, tempo pra encontrar suas próprias soluções. As crianças precisam de mais tédio. Depois de dez, vinte minutos de tédio, acredite, elas vão ser criativas, inovadoras, vão encontrar algo pra fazer.

E isso vai fazer delas “bem sucedidas” não só no sentido mais prático – e talvez besta – de passar no vestibular ou arrumar um emprego, mas num sentido mais profundo, de ter valores melhores, ser pessoas melhores, ser melhores pais e mães, ser mais felizes.

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